dezembro 26, 2010

Encontrar é só levantar e ir.
Caminhar no pensamento até que as pernas tomem uma atitude.
Percurso de ideias, movimentos e coração.

agosto 20, 2010

DESENREDO

Segue música de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro. Estes versos me seguem há anos...

"Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta
Anda morto
O olhar que avisa
Anda aceso

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe"

Só ainda não sei para onde...

junho 18, 2009

NA FALTA DE MELODIA, FICOU SÓ O VERSO


Distração no compasso
Entrou paixão
Refleti este acorde
Refinei meu espaço
Nada mais com razão

Foi apego, repente
Foi estrago sem ação
Meu samba é carente
Batuca dor
Grave coração

maio 20, 2009

AMOR EM VIA ÚNICA É ENGARRAFAMENTO CERTO

Pelas vitórias sem acaso
as lutas no fracasso
Parabéns!
Pelos hojes e passados
os lábios cerrados
o genial alarmado
Parabéns!
Pela insistência de viver
A ousadia de errar
Parabéns!

Seja o tempo todo tempo para você.
Aproveite-se.

abril 28, 2009

"NOTHING BORN FREE EVER AGAIN"

abril 12, 2009

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA DIGITAL: UMA RESPOSTA À "INTRODUÇÃO AO THIAGO, LEMBRANÇAS DA PRIMAVERA OU DEVANEIOS DOS TRINTA..."

Águas versus rochas. Escaladas aventureiras. Longas pausas para os amigos. Cachoeiras. Contemplação. Borrifo salgado sobre o crepúsculo. Marcas vermelhas nas costas. Mãos de quem!? UVA?... UVB? Lua cheia na terça. Sol a pino na quarta. Senhora bronzeada. Menina bronzeada. Cadela bronzeada. Poço... Posso?: "Havaianas, as legítimas. Recuse imitações". Crustáceo... Cetáceo. No click do mergulhador, a inspiração: Click!... Click!... Click!... Click! Memória fotográfica digital. Novos flashes? Deixemos em aberto. O tempo e a oportunidade decidirão por nós.

abril 10, 2009

Lado a lado

A grama é sempre mais verde do outro lado. O campo é mais aberto e as árvores têm copas mais frondosas. O rio que lá corre é mais extenso. A água é mais cristalina e a margem é mais calma. Os pássaros cantam com mais vigor e as flores lançam no ar um perfume mais agradável...

Mesmo assim, permaneço neste lado.

Na grama seca me deito. Reflito sobre a aspereza da vida. Penso nas minhas limitações. Percebo minha vulnerabilidade diante dos problemas. Por aqui, não há copas de árvores que me protejam do sol. Ouço o grito frenético da multidão que corre de um lado para o outro, dentro de uma cidade que cheira a asfalto. Vivo na agitação do real e na contemplação do irreal.

A natureza do outro lado é maravilhosa, sempre intacta. Bela de se admirar. Porém, inalcançável. Existe em si e por si.

A natureza do outro lado é maravilhosa, mas não paga as minhas contas.